John Oswald descreve a arte como única e essencial no hip hop. Os músicos do turntablism também se consideram capazes de improvisar em competições uns contra os outros.
A primeira interpretação de um Dj em conjunto com outros músicos e registrada em vídeo foi na participação do DJ DXT (antigo Grandmaster DST) na música Rockit de Herbie Hancock, na década de 80.
Aquele que criou uma das técnicas mais importantes do turntablist, o Scratch foi o DJ Grand Wizard Theodore. Na verdade,o Scratch foi descoberto por acaso : Ele colocou as mãos em um vinil para silenciar a música , enquanto sua mãe o chamava, resultado, ele puxou o vinil para traz e ouviu o barulho, e percebeu uma nova possibilidade de diferenciar seu som dos demais Djs . DJ Grand Mixer DXT é aquele que é creditado com a criação de turntablism, a mancando o Ritmo de uma canção em um ou dois toca discos. Em seguida, utilizando diferentes velocidades de alterar a percepção de uma nota ou som , fazendo com que o toca disco se tornasse um instrumento musical completo .
Anos mais tarde aparecem novos DJ'S ou turntablists como DJ Craze, Roc Raida, Mix Master Mike, Q- Bert, Dj Shadow, Dj Babu, A-Trak, D -Styles, e Kid Koala. Eles iriam ganhar a distinção de Old School DJ'S como DJ Kool Herc, DJ Grand Wizard Theodore, Grandmaster Flash, Afrika Bambaataa e DJ'S da "Golden Age do Hip -Hop ", que originalmente criou muitos dos conceitos e técnicas do turntablism moderno.
Outro turntablist clássico e influente é Grandmaster Flash. Em seus experimentos, é atribuído o início de um novo desenvolvimento em tecnologia para toca-discos, e DJ's com técnicas inovadoras.
Desde 2004, a Berklee College of Music, localizada em Boston, mantém no currículo da Faculdade de Música o estudo sobre turntablismo. O Professor Stephen Webber, autoridade em música clássica, jazz e música eletrônica é o responsável pelo método de ensino lá empregado e já é considerado autoridade também em turntablismo. Assim ele disse - Turntablistas são músicos, muitos deles, como DJ Qbert, são músicos virtuosos, praticam por horas e se esforçam em empurrar a sua arte mais adiante. Eu vi recentemente uma apresentação do Qbert e ele transportou todos da audiência, nos fez esquecer onde estávamos e quem nós éramos, com nada mais do que um toca-discos e um pedaço de vinil. (texto traduzido).
Um dos objetivos da International Turntablist Federation (ITF) é o reconhecimento internacional do turntablist como um músico, e do turntable como um instrumento musical.
Este resumo nos permite perceber a evolução da arte tomando caminhos que vão muito além do que temos visto por aqui, separando o dj que executa música daquele que a cria. Diante disso tudo, o que você acha? O dj pode ou não ser considerado músico?
Li uma matéria escrita pelo Advogado João Henrique Fragoso enfocando a visão jurídica para o assunto. Gostaria de agradecê-lo pela matéria publicada na Revista Consultor Jurídico de 23 de julho de 2004, me foi muito útil.
Resumindo, na matéria foi explorada a posição do dj como intérprete musical e como autor musical, citado a Lei nº. 6.533/78 que define o artista como todo o profissional que cria, interpreta ou executa obra de caráter cultural de qualquer natureza, através dos meios de comunicação de massa ou em locais onde se realizem espetáculos de diversão pública, e ainda foi citado a Lei nº 3.857/60, que disciplina o exercício da profissão de músico, mas não o define, apenas estabelece uma classificação de músicos, na qual se encontram os compositores, os instrumentistas e arranjadores.
De fato o músico é um agente que interfere na obra musical e para isso utiliza um instrumento, já o toca-discos na mão de um dj comum (aquele que somente põe o disco para tocar) é um mero aparelho reprodutor de música, mas quando manipulado pelo turntablista, em harmonia com outros elementos, produzindo novos sons, torna-se um instrumento. (Gostaria de saber o que Hermeto Pascoal teria a dizer sobre tudo isso).
A característica rítmica das técnicas utilizadas pelo dj faz com que este se assemelhe ao percussionista, além do que, os toca-discos, assim como a cuíca, podem gerar notas em diferentes tons. Esta semelhança nos leva a acreditar que provavelmente o dj passará pelos mesmos obstáculos aos que passaram os percussionistas quando eram rejeitados pela classe de músicos formados. Isso é tão verdade que hoje, mesmo que informalmente, já existem pelo menos dos métodos de escrita musical para toca-discos. Acredito que nos próximos anos muitos djs estarão procurando formação musical.
Não tenho dúvida de que o dj pode interpretar e criar música, mas ainda fica o aspecto legal sobre o plágio, já que uma das técnicas (a replicação de um trecho de áudio), assim como nos samplers, pode ser considerada ilícita se parte da obra replicada for identificável. Há muito tempo atrás ouvi dizer que uma replica de 8 tempos (dois compassos quaternários) não seria considerada plágio, mas não tenho certeza nesta afirmação.
Muito bem! Eu poderia ficar argumentando sem me cansar, entrar no mérito da música eletroacústica e música concreta que tem na utilização de trechos pré-gravados o mesmo princípio do turntablismo, poderia comentar sobre a utilização do sampler, do looping e por aí vai. Mas, prefiro fazer o seguinte desfecho:
A arte está na criatividade de quem a faz, seja dentro do teatro ou no chão da rua, seja criada por compositores do porte do Maestro Cláudio Santoro ou pelo Manoel batucador de caixa de fósforos ali da esquina, porém, eu mesmo não me atreveria a reivindicar meu registro como músico, mas posso afirmar – Sou Turntablista e o que eu faço é MÚSICA.
Antes de formar sua opinião procure escutar as músicas dos X-Ecutioners, DJ Mark Farina, DJ Shadow, DJ Z-Trip e DJ Revolution. Estes Djs misturam toca-discos com outros instrumentos em suas composições e arranjos.
fontes:
http://culturahiphop.uol.com.br/materia/23/pode-o-dj-ser-considerado-como-musico
http://es.wikipedia.org/wiki/Turntablism
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